quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Duda Mendonça livre para as rinhas de galo


Já havia colocado que não considerava e não considero o ministro relator do mensalão e futuro primeiro presidente negro do STF, Joaquim Barbosa, um herói nacional por ter cumprido o seu dever de juiz ministro do STF, condenando o mensalão e principalmente a elite PeTista. Apesar de achar o Ministro Barbosa uma pessoa extremamente vaidosa, e atuando no caso mensalão, não como um representante da Lei, mas como a própria lei, lei que tinha que ser e que deveria, como foi, muito bem aplicada e acompanhada pela maioria dos juízes-ministro. Mesmo assim, considero o ministro Joaquim Barbosa ainda merecedor de uns bons e acalorados VIVAS.
Desses bons e acalorados VIVAS, sou obrigado a tirar um viva do juiz Barbosa ao atacar a PGR, pois contradiz as próprias razões quando condenou outros réus com base na mesma denúncia que hoje reputa inepta. Se levaram uma denúncia mal feita ao STF, caberia ao relator absolver os julgados e não criticar o MP. Agora a culpa de ter perdido a condenação é do MP.
Contudo, acho um tanto estranho os demais ministros não acompanharem o voto do relator e terem amaciado para Duda Mendonça e Zilmar Fernandes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Muito ingênuo imaginar que Duda Mendonça, o mesmo que apoia e participa de brigas de galos, NÃO sabia que o dinheiro que estava recebendo no exterior cheirava mal, porque não é o método transparente e usual de pagamento por tais serviços prestados. Ele mesmo disse em depoimento na CPI que pediu pra receber no Brasil, mas o Marcos Valério disse: - "ou é no exterior ou não recebe". No mínimo sugere desvio de conduta. Todos sabiam o que acontecia, não queriam testemunhas, e a melhor forma era pagar fora daqui, e que cada um se virasse como pudesse.
Dos trinta e poucos réus, a maioria está sendo absolvida e método usado pelo STF, de valer para uns e para outros não, abre uma gigantesca brecha para que a elite PeTista, já condenada, entre com toda força com o ingresso de Embargo de Declaração e recurso de medida cautelar para melar o transitado em julgado do mensalão quando o acórdão for publicado no Diário Oficial de Justiça.
Dias antes, publiquei um comentário, com o título “Política é esperar o cavalo passar” em que considerava o julgamento da Ação Penal 470-vulgo mensalão pelo STF, parecido com as tramas para renovação da fé cristã e de confiança e credibilidade da NASA, enredos do escritor Dan Brown nos livros (íntegra: link: http://lilicarabinabr.blogspot.com.br/2012/10/politica-e-esperar-o-cavalo-passar.html)
Tenho a impressão e espero que seja só impressão, que depois da condenação da elite PeTista as atenções arrefeceram e houve um "baixa a guarda". A absolvição dos réus do mensalão de lavagem de dinheiro e evasão de divisas aumentou meu pessimismo, pois considero um declarado cala a boca aos cidadãos que cantaram o Hino Nacional até em padaria da esquina a cada condenação anunciada na televisão e que aclamavam o juiz relator para presidente do Brasil.
Onde há a aplicação da jurisprudência da responsabilidade sem levar em conta “as provas”, o que vale para um não vale para outro abre brechas nas Leis e a corja toda corre o “risco” de ser absolvida. E os até então condenados, continuaram a terem suas vidas folgadas com o dinheiro público surripiado, enquanto a maioria dos cantores do Hino Nacional continuará acordando às 4 da matina para a labuta, espremidos em ônibus e trens lotados. E a vida continua.
*Plínio Sgarbi, por e-mail, via Grupo Resistência Democrática

 

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