domingo, 28 de outubro de 2012

Toda semana, um apagão.


 

  


Por Miriam Leitão, na CBN
Desta vez, um apagão atingiu o Nordeste - o segundo em pouco mais de 30 dias - e parte da região Norte.
Toda semana ocorrre um evento desses em algum lugar do país - há apagões mais curtos, outros mais longos.
A tendência no Brasil é sempre dar uma explicação local e tópica para cada evento, mas não é o suficiente.

A justificativa é sempre a mesma, como se fosse um evento separado, mas não dá para acreditar nisso, quando a repetição é grande.
É preciso ver o que liga esses eventos.
O sistema é interligado para dar mais garantia, para que, se faltar energia em um lugar, possa ser mandada de outro, mas ele tem uma fragilidade em si mesmo: se não tiver um sistema eficiente para interromper um problema, isolá-lo, ele apaga como um todo.
É por isso que um evento pequeno pode provocar um estrago grande, como atingir todo o Nordeste.
O sistema interligado tem de ser mantido, mas o de isolamento tem de ser mais eficiente.
É preciso haver investimento nisso.
Estamos entrando num momento de risco, já que a água dos reservatórios está baixa - está no menor nível desde 2001, quando houve o apagão do Fernando Henrique.
Naquela época, a quantidade de água era de 30,75% (no fim do ano), agora, está em 47,89%; mas se não chover o suficiente, esse nível pode cair.
A partir de amanhã, todas as termelétricas do país estarão funcionando e mandando energia para o sistema.
Isso significa que aquele sistema que foi aumentado na época do apagão do Fernando Henrique - ter térmicas para ter garantia - será acionado.
É bom lembrar que ele não é bom, foi feito na emergência, porque as térmicas são mais caras, mais sujas e aumenta a conta de luz no curto prazo, e o governo está prometendo redução de preço.
Nesse momento de baixo volume de água nos reservatórios, a ONS e todo o sistema elétrico nacional têm de ficar mais atentos para evitar apagões.

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