quarta-feira, 30 de abril de 2014

Nicolás Maduro impõe mordaça na Internet na Venezuela.

O tiranete da vez na pseudodemocracia venezuelana, o herdeiro do chavezismo, Nicolás Maduro, dirigiu uma reunião da ‘Conferência de Paz’ com membros de organizações sindicais e de trabalhadores, na terça feira de ontem no Palácio Miraflores, em Caracas, para estabelecer meios de censurar a Internet no país.
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O presidente venezuelano Nicolás Maduro dirige uma reunião da ‘conferência de paz’ com membros de organizações sindicais e de trabalhadores na terça feira de ontem no Palácio Miraflores, em Caracas. (EFE)
           Isso já vem ocorrendo com alguns websites de notícias da Venezuela, que têm sido atacadas com frequência por hackers pagos pelo governo de Maduro para impedir o acesso dos usuários.Uma vez consolidada sua ofensiva contra o rádio, a imprensa escrita e a TV, o regime autoritário e discricionário de Nicolás Maduro agora volta suas baterias contra os portais de noticias e as redes sociais numa tentativa de limitar ainda mais o acesso dos venezuelanos à informação e emissão de opinião pela Rede Mundial e, desse modo decadente exercer um controle ainda maior sobre a população. O "cerco midiático 2.0" do governo venezuelano no país não passou desapercebido das autoridades estadunidenses, que estão denunciando a prática como uma tentativa de Maduro de ocultar a verdade dos fatos que ocorrem dentro do país aos seus cidadãos. “Na Venezuela, o governo tem usado as forças de segurança para reprimir protestos pacíficos e limitar as liberdades de expressão e de reunião”, comentou o secretário de Estado, John Kerry, numa teleconferência sobre segurança ‘online’ que se realizava na Estônia. “E isso inclui o bloqueio ao acesso a determinados websites e a limitação ao acesso à Internet em algumas partes do país”, denunciou Kerry falando de Washington.
            Os esforços do regime ‘bolivariano’ para amordaçar a Internet já estão sendo empregados há tempos mediante ataques esporádicos cibernéticos contra alguns portais dedicados a divulgar noticias da Venezuela.
            No entanto, tais ataques recrudesceram a partir de fevereiro com o início das maciças manifestações de protesto contra o regime, lideradas por estudantes universitários do país, cuja repressão governamental já deixou um saldo de mais de 40 mortos e pelo menos 700 feridos e mais de 2.000 prisões.
            Para o assessor político Aquiles Esté, a ofensiva contra a Internet é o último capítulo dos esforços do governo de Maduro para impedir o livre fluxo de informação no país, condição para que prospere a ditadura socialista nos moldes cubanos no país.
             Há anos que o governo já exerce um considerável controle sobre o que os venezuelanos ouvem pelo rádio e veem pela TV, desde que o estado passou a ser o dono da grande maioria de emissoras que operam no país, disse Esté em Miami. “O alvo seguinte do governo foi a imprensa escrita com a estatização dos principais jornais e revistas e a censura implacável que destituiu completamente a credibilidade da mídia. Agora a mira se volta para a Internet visando o controle estatal completo da mídia sem papel, ou seja, eletrônica, último reduto dos venezuelanos em busca de informação confiável dentro do país”, explicou.
            O crescimento das redes sociais é explosivo. Existe no país quase 12 milhões de usuários do Facebook e mais de sete milhões de contas de Twitter, números que são surpreendentes num país de apenas 29 milhões de habitantes. “As pessoas foram para as redes sociais em busca de informação confiável, uma vez que a mídia controlada pelo governo perdeu toda a credibilidade. É através da Internet que as coisas estão acontecendo e por onde as convocações para demonstrações públicas são feitas. Daí o empenho de Maduro para controlar a Internet”, explicou Esté.
            Tal interesse do governo se tornou evidente no país nas últimas semanas, com o Palácio Miraflores dedicando grandes somas e recursos para bloquear o acesso a alguns dos principais portais de notícias do país. Uma de suas vítimas foi o portal www.lapatilla.com, que diariamente atrai centenas de milhares de acessos de venezuelanos desejosos de obter informação do que ocorre no país e que não conseguem em outras fontes.
            David Morán, editor do website, disse que “a censura contra nós tem sido multidimensional”, para explicar os diferentes tipos de ataques perpetrados contra o portal. Uma das principais manobras é a conhecida entre os hackers como ataque DoS, ou de Negação de Serviço, que obstaculiza o acesso de usuários legítimos, ao sobrecarregar os servidores com uma avalanche de solicitações de ingresso fictícias.
            Por outro lado, os perpetradores desses ataques cibernéticos têm procurado explorar as debilidades dos sistemas que dão suporte ao portal, tentando ingressar através deles, e também têm tentado de ingressar através da direção física da página da Internet, que é por onde a equipe editorial normalmente ingressa.
            Explicou também que, adicionalmente, “o governo tem obstaculizado o acesso através da ‘CANTV’ — a ‘empresa estatal’ que fornece 70 por cento do serviço de Internet disponível na Venezuela — “lentiificando” a transmissão de dados do portal”.
            Mas os ataques não se limitam a tais manobras de ‘hackers’, advertiu Morán. “Há portais na Venezuela que estão simplesmente bloqueados e por mais de uma vez viram suas conexões cortadas do tráfico da rede mundial”, disse ele.
            Isso ficou bem claro durante as eleições presidenciais de abril de 2013, quando o governo anunciou que tinha bloqueado o acesso à rede mundial de computadores por vários minutos para impedir “hackers conspiradores agindo do exterior”. Tem-se em conta, pela maioria do povo venezuelano, que essas eleições foram amplamente fraudadas, em grande parte pelo uso de urnas eletrônicas “pré-programadas”, importadas do Brasil.
            Outro portal bloqueado recentemente pelo regime socialista de Caracas foi o recém criado canal online de noticiaswww.ahoravision.com, que opera a partir de Miami. Eduardo Sapene, um dos desenvolvedores do projeto do portal, disse que o governo bloqueou o canal logo depois de este ter iniciado suas operações jornalísticas. “No segundo ou terceiro dia de funcionamento, começaram a comentar que não poderíamos ver o que acontecia lá na Venezuela”, comentou Sapene de Miami. Averiguações posteriores permitiram confirmar que o sinal estava sendo bloqueado quando o canal tentava informar sobre a situação dos protestos de rua que estavam acontecendo quase que diuturnamente.
            Sapene, que assegurou que o canal pode ser visto em qualquer parte da Venezuela, disse que os esforços do governo de Maduro para bloquear os meios de comunicação online se seguem ao que está começando a ocorrer para preencher o vazio informativo gerado pelo cerco midiático efetuado pelo regime. “Eles não querem que cheguemos até as pessoas. Querem que, na Venezuela, as pessoas só ouçam uma voz: a do regime”.
            O Brasil pode ser, amanhã, o que a Venezuela é hoje...(?!)

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