sexta-feira, 18 de abril de 2014

Operação Lava Jato: assessor do ministro da Previdência pede demissão.


O assessor especial do ministro da Previdência, Garibaldi Alves, pediu demissão nesta quarta-feira, 16, após a revelação de que recebeu um pagamento da MO Consultoria Comercial e Laudos ? uma das empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, investigado na "Operação Lava Jato" da Polícia Federal.
Em carta enviada ao ministro Garibaldi Alves, o assessor especial José Wilde de Oliveira Cabral pede demissão "em caráter irrevogável", justificando que a decisão teria como objetivo afastar o ministro de "cobranças indevidas" e permitir que ele defenda sua honra "longe de deveres funcionais".
O pedido de exoneração ocorreu depois que o jornal O Globo revelou que a MO Consultoria fez um depósito de R$ 20 mil na conta de Cabral, no dia 31 de março de 2011. A transação apareceu na quebra de sigilo bancário das empresas de Youssef, que comandaria um esquema de lavagem e desvio de dinheiro.
Em nota de esclarecimento, Cabral nega ter qualquer ligação com a MO Consultoria. Ele atribui o pagamento a um serviço de assessoria que prestou a uma empresa paulista no fim de 2010, antes de ser nomeado para o Ministério da Previdência. Ele mantém em sigilo o nome da empresa, mencionando cláusula de confidencialidade, mas diz que não se trata da MO Consultoria. Ou seja, a empresa teria sido usada apenas para repassar o dinheiro.
"Esse trabalho esporádico, que então desempenhei, não me permitiu tomar conhecimento de eventuais relações entre empresas, suas coligadas e outras companhias", diz o assessor, acrescentando não ser de seu "dever pesquisar a origem de recursos que, também licitamente", lhe foram destinados.
*Jornal Valor 

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