quarta-feira, 9 de abril de 2014

Preparações para uma vindoura guerra?

As mobilizações militares que vemos nos dias de hoje coincidem não apenas com o completo desarmamento do Ocidente, mas com uma campanha de longo prazo de sabotagem contra o próprio instinto.
Dia 26 de março, o Daily Mail noticiou a seguinte manchete: Kim Jong-Um disse aos chefes militares de seu país para se prepararem para a guerra com a Coreia do Sul em 2015, diz mídia de Seul . O ditador do Norte, é claro, está sempre ameaçando com novas guerras. Entretanto, essa é a primeira vez que esse tipo de informação aparece com calendário definido (em termos de especificação do ano do ataque). O que é digno de nota nesse caso é como ele é concordante com o que disseram as autoridades chinesas. Em um discurso de agosto de 2005, proferido pelo ex-Ministro da Defesa Chinês Chi Haotian, intitulado A guerra se aproxima de nós, pode-se ler na sua transcrição:

... apenas com um poder que possa ser capaz de extinguir totalmente o Japão e debilitar os Estados Unidos, nós poderemos conseguir a paz. O problema de Taiwan não pode ser prolongado por mais 10 anos e haverá guerra dentro deste prazo!
O Gen. Chi proferiu um discurso ainda mais aterrador para a elite do Partido. No discurso intitulado A guerra não está longe [de acontecer] dos EUA e ela será a parturiente do Século Chinês, Chi concluiu o discurso com a seguinte observação: 

O comitê central [do Partido Comunista Chinês] acredita que, tão logo resolvamos nosso problema com os Estados Unidos com um golpe, nossos problemas domésticos estarão prontamente resolvidos. Sendo assim, nossas preparações militares para a batalha parecem estar direcionadas para Taiwan, mas elas estão na verdade direcionadas para os Estados Unidos e estão muito além do alcance de ataques aéreos ou satélites .
Na mesma toada, podemos conjecturar se a atual preparação para o combate dos russos parecem estar sendo apenas direcionadas para a Ucrânia ou se estão na verdade direcionadas para os Estados Unidos... . Isso deveria causar alguma preocupação, especialmente por conta da liderança americana ter se mostrado tão incauta. Todavia, antes de engalfinharmo-nos nas profundezas da negligência, há uma delicada questão moral a se tratar com os leitores. Semana passada, um leitor sugeriu que eu passasse uma mensagem mais animadora e esperançosa. Eu certamente preciso agradecer a essa mensagem, então eis: Se há alguma verdade nas minhas palavras, então há também, por definição, esperança. Em todas as situações e em todas as épocas, falar a mais dificultosa das verdades requer a maior quantidade possível de fé. E aqueles que não têm tal fé, não podem ter a verdade, a esperança e, por fim, o futuro. Isso é tudo o que precisa ser dito acerca do assunto mensagens esperançosas .
Retornando ao assunto: O que Rússia e China estão fazendo, o que eles preparam para o futuro, agora é feito para quem quiser ver. A enganação total acabou. Mesmo assim, apesar de tudo isso, nossa sociedade continua comprometida com ideologias suicidas e mitos (aquecimento global, feminismo, multiculturalismo, socialismo e paz mundial). Ignoramos o perigo real que jaz lá fora como se fôssemos de alguma forma invulneráveis. Nossos líderes, analistas e experts sabem aquilo que é popular, aquilo que é esperado e o que dá dinheiro. Pensar fora desses parâmetros é decretar o fim da própria carreira. Assim, nossos analistas e experts não reconhecem a estratégia inimiga (eles a rebaixam à irrisão). Eles não conseguem conectar um fato com o outro ou vislumbrar os indícios subjacentes. De muitas características eles estão atentos, mas eles não conseguem ver a armadilha a qual a civilização caiu. A ordem liberal burguesa já continha aspectos defeituosos desde a sua origem por conta da implacável lógica democrática, da anarquia dos partidos políticos, da demagogia dos políticos, da crença no progresso e do poder nivelador da igualdade. A sociedade tornou-se melíflua; feminina; incoerente ao ponto de chegar às raias da desintegração. Isso não é obra apenas das décadas recentes, mas dos séculos recentes.
Eis um exemplo da incoerência que leva ao ponto de desintegração: Ao reagir à ameaça russa de invadir a Ucrânia, o Presidente Obama disse: A Rússia é uma força regional que está ameaçando alguns dos seus vizinhos imediatos, mas não por causa da sua força, mas sim por sua fraqueza . Talvez seja por isso que ninguém na Europa tenha feito nada acerca da anexação russa da Crimeia. Como corolário da formulação de Obama, a Europa não pode impedir a Rússia porque a Europa é demasiadamente forte (em comparação com a Rússia). Quanto a ser uma mera potência regional, é o caso de perguntarmos o que significam os ICBMs russos. E o que significa Jens Stoltenberg se tornar o próximo Secretário-Geral da OTAN? O ex-Primeiro Ministro norueguês é conhecido pelo seu ativismo na área de mudanças climáticas . Mas o que dizer do seu passado quando liderava a Liga da Juventude Trabalhista e seus frequentes encontros com o oficial da KGB da embaixada soviética que deu a Stoltenberg o codinome Steklov ?
Evidentemente, por que alguém seria contra encontrar um oficial da KGB que trabalha disfarçado de diplomata soviético, não? Diz-se que não há problemas nessas pessoas trocarem ideias, pois cada um tem seu ponto de vista e às vezes até se ganha com isso. O plano de fundo do Sr. Stoltenberg não é mais danoso que, por exemplo, a reciclagem feita pela Heritage Foundation do artigo escrito por James Carafano para o National Interest intitulado Cinco razões pela qual não estamos correndo o risco de outra Guerra Fria[isso supõe-se, evidentemente, que a Guerra Fria anterior tenha de fato acabado]. Não apenas Carafano concorda com Obama que a Rússia não é uma força global, como ele diz que a Rússia não é um Império do Mal , não é uma competidora global, não está engajada no conflito ideológico, não é uma URSS rediviva e, portanto, não tem nada a ver com os verdadeiros problemas da América.
As crenças que agora dominam nossa sociedade, controlam nossas escolas e elegem nossos políticos são todas derivadas do comunismo (que há muito tempo se comprometeu com a supostamente extinta URSS). Isso inclui o atual status elegante da homossexualidade (não que a homossexualidade seja algo que a revolução proletária em teoria abrace, mas ela usa como estratégia  algo totalmente esquecido pelos não-estrategistas). Se o comunismo morreu em 1991, como pode ser que ele seja tão vitorioso nos dias de hoje? Como é possível que de repente a URSS tenha voltado à vida? Furando os próprios olhos, muitíssimos analistas falharam em perceber as implicações inerentes à defesa do ambientalismo, do feminismo e do ativismo homossexual (assim como os republicanos falharam em vislumbrar o significado da abertura de longo prazo à China promovida por Nixon). Portanto, as mobilizações militares que vemos nos dias de hoje coincidem não apenas com o completo desarmamento do Ocidente, mas com uma campanha de longo prazo de sabotagem contra o próprio instinto. O que, afinal de contas, significa o feminismo e a homossexualidade se não um ataque ao instinto?
*ESCRITO POR JEFFREY NYQUIST ARTIGOS - GLOBALISMo - http://jrnyquist.com/
*Tradução: Leonildo Trombela Junior

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