Em mais um capítulo da controversa estratégia de apoio do BNDES ao grupo JBS,o banco converteu em ações R$ 3,48 bilhões de créditos (debêntures) contra o grupo, reduzindo no mesmo montante a dívida da empresa.
As debêntures foram emitidas em 2009 para financiar as aquisições da Pilgrim"s americana e de frigoríficos no Brasil. Deveriam ter sido trocadas por ações da JBS USA quando fosse aberto o capital da empresa nos EUA.
Como isso não ocorreu, o BNDES converteu os papéis em ações da própria JBS. Com a conversão, a parcela do banco na empresa cresceu de 17% para 31%, o que reduziu a parte da família Batista, controladora da empresa, de 54% para 47%, e a dos minoritários, de 28% para menos de 22%.
Uma primeira observação diz respeito ao preço, R$ 7,04 por ação. Um valor bem acima da cotação de mercado no dia anterior ao anúncio, próxima de R$ 5,70.
Com isso, a participação do BNDES resultou inferior à que poderia ter obtido, o que aumentou relativamente a fatia remanescente dos outros acionistas, inclusive a família Batista. Os minoritários, insatisfeitos, desfizeram-se de grande quantidade de ações e, com isso, derrubaram seu preço em 10% nos três dias seguintes.
Entre subscrições de ações e financiamentos, o valor aportado à JBS pelo banco, em dois anos, chega a R$ 10 bilhões. Tudo para criar um "campeão mundial" na área de proteína animal.
É mais um exemplo da questionável política industrial seguida pelo governo. De partida, destaque-se que a escolha de "campeões" vem cercada de nebulosidade e pode ter efeitos danosos.
No caso do setor de carnes, houve clara concentração, com prejuízos para os pecuaristas, que perdem poder na barganha com frigoríficos.Mas não houve ganho nas exportações: as vendas de carne bovina "in natura" continuam no mesmo patamar de 2009.
Outra ressalva é que o BNDES apoia setores nos quais o Brasil já é competitivo, em lugar de privilegiar política mais ampla de inovação.
As debêntures foram emitidas em 2009 para financiar as aquisições da Pilgrim"s americana e de frigoríficos no Brasil. Deveriam ter sido trocadas por ações da JBS USA quando fosse aberto o capital da empresa nos EUA.
Como isso não ocorreu, o BNDES converteu os papéis em ações da própria JBS. Com a conversão, a parcela do banco na empresa cresceu de 17% para 31%, o que reduziu a parte da família Batista, controladora da empresa, de 54% para 47%, e a dos minoritários, de 28% para menos de 22%.
Uma primeira observação diz respeito ao preço, R$ 7,04 por ação. Um valor bem acima da cotação de mercado no dia anterior ao anúncio, próxima de R$ 5,70.
Com isso, a participação do BNDES resultou inferior à que poderia ter obtido, o que aumentou relativamente a fatia remanescente dos outros acionistas, inclusive a família Batista. Os minoritários, insatisfeitos, desfizeram-se de grande quantidade de ações e, com isso, derrubaram seu preço em 10% nos três dias seguintes.
Entre subscrições de ações e financiamentos, o valor aportado à JBS pelo banco, em dois anos, chega a R$ 10 bilhões. Tudo para criar um "campeão mundial" na área de proteína animal.
É mais um exemplo da questionável política industrial seguida pelo governo. De partida, destaque-se que a escolha de "campeões" vem cercada de nebulosidade e pode ter efeitos danosos.
No caso do setor de carnes, houve clara concentração, com prejuízos para os pecuaristas, que perdem poder na barganha com frigoríficos.Mas não houve ganho nas exportações: as vendas de carne bovina "in natura" continuam no mesmo patamar de 2009.
Outra ressalva é que o BNDES apoia setores nos quais o Brasil já é competitivo, em lugar de privilegiar política mais ampla de inovação.
Uma das regras de ouro da política industrial bem-sucedida é a incorporação de progresso técnico, o que não está ocorrendo.
O BNDES precisa explicitar os critérios utilizados nessas operações e convencer a sociedade do acerto das prioridades que elegeu a portas fechadas.
O BNDES precisa explicitar os critérios utilizados nessas operações e convencer a sociedade do acerto das prioridades que elegeu a portas fechadas.
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