segunda-feira, 30 de maio de 2011

Palocci tem mais coisas para explicar.

O ministro Antonio Palocci não mora naquele apartamentaço de 500 m² nos Jardins, em São Paulo, comprado pela bagatela de R$ 6,5 milhões. Lendo reportagem da VEJA desta semana, de Leonardo Coutinho e André Eler, concluí, parafraseando Camões, que não há metro quadrado o bastante para a ambição do gigante. Ele precisa de mais espaço. Leiam um trecho. Volto em seguida.
(…)
O inferno de Palocci começou quando se descobriu que, em 2010, ele comprou um apartamento de 500 metros quadrados nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. O imóvel custou 6,6 milhões de reais. Um ano antes, ele adquirira uma sala comercial por 882.000 reais. Trata-se de uma evolução patrimonial surpreendente para quem havia declarado, em 2006, ter apenas 295000 reais. Ao se defender, Palocci alegou não viver no imóvel. Verdade. O apartamento no qual ele mora tem 640 metros quadrados e fica perto do Parque do Ibirapuera. É cercado por varandas e conta com três salas e quatro suítes - duas com closets e banheira. O condomínio alcança 4.600 reais e o IPTU, 2 300 reais mensais. Por meio de sua assessoria. Palocci informou que paga aluguel. Imobiliárias que administram apartamentos no mesmo edifício dizem que o valor médio da locação é de 15 000 reais. Custo total: 21.900 reais, o equivalente a 83% do salário de ministro.
Voltei
Vejam bem: 83% do salário bruto. Se considerarmos o líquido, sobra aluguel e falta salário. Bem, considerando o que ele ganhou só em 2010, há dinheiro de sobra para pagar a vida nababesca. O problema é explicar de onde veio essa grana, o que ele, até agora, não conseguiu.
Palocci refinou-se mesmo. O bairro de Vila Nova Conceição, onde mora, compete com os Jardins pelo metro quadrado mais caro de São Paulo. É coisa fina — e Higieinópolis é que paga o pato… Como diria o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não é proibido enriquecer licitamente. Licitamente? Claro que não!
*Texto por Reinaldo Azevedo

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