segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Entrevista" de um estudante da USP

Estudante encapuzado, na USP
Nota do Coletivo Editorial: Companheiros, o texto a seguir foi originalmente publicado no jornal burguês Mídia Sem Máscara. Apesar da existência de alguns preconceitos reacionários na formulação das perguntas, recebemos autorização do Comitê Central do Partido para publicá-lo em nosso sítio democrático popular.
Consegui falar com um meliante militante acampado no prédio da administração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Ele nega ser funcionário do tráfico de drogas dentro do campus e desabafa:
"Nesses meus dez anos como universitário eu nunca vi um ambiente tão opressor como o atual. Fica difícil estudar".
Quem começou a agressão, vocês ou os policiais?
A culpa é toda da polícia assassina do Geraldo Alckmin. Nós aplaudimos o deputado Paulo Teixeira [líder do PT na Câmara], que apontou o óbvio: a presença da PM junto aos estudantes é uma química que não dá certo. O problema é a polícia. É preciso contar a verdade que o PIG esconde.
O que é PIG? Um departamento da USP?
É o Partido da Imprensa Golpista. O PIG deu a entender que nós provocamos o conflito. Mentira. Não queremos confrontar a polícia. Muito pelo contrário, queremos a polícia bem longe, para que possamos traficar estudar em paz. E nós somos jovens, caramba! PM batendo em jovem? E os nossos direitos humanos?
Mas as imagens mostram que vocês atiraram um cavalete e pedras contra os policiais, ferindo três.
Sim, mas isso já foi em reação à presença dos policiais, entende? Eles vieram com truculência primeiro, querendo autuar uns amigos nossos só porque estavam fumando maconha no campus. Nós apenas reagimos. E tem mais: nós somos jovens!
Quantos anos você tem?
Faço 29 em dezembro.
Muita gente diria que você é adulto já há algum tempo.
Meu filho, é o Estatuto da Juventude que diz que eu sou jovem. Vai duvidar do Estatuto?
Quais são as reivindicações do movimento?
Queremos o fechamento da base estadunidense em Guantánamo, a democratização da comunicação, a superação do capitalismo, a destruição de Israel, o fim do bloqueio econômico contra Cuba e a retirada da PM assassina do campus. Nesses meus dez anos como universitário eu nunca vi um ambiente tão opressor como o atual. Fica difícil estudar.
Numa mesma faixa de protesto vocês escreveram "trabaliadores" e erraram uma concordância. Isso prejudica a imagem do movimento?
[Indignado] Prejudica só na cabeça de quem tem preconceito lingüístico. O sistema impõe que existe um jeito certo de falar. É uma visão ultrapassada, autoritária, conservadora e homofóbica, que nós vai superar aqui em São Paulo quando a gente elegermos o Fernando Haddad para a Prefeitura.
Abaixo o preconceito lingüístico
Alunos da USP dizem que a maioria aprova a presença da PM no campus e que o protesto de vocês é uma farsa.
São uns playboyzinhos de m**** que só querem saber de estudar e trabalhar e esquecem a função social da universidade. Apesar deles, amanhã há de ser outro dia. Vamos seguir lutando pelo fim da ditadura no campus.*Texto por Bruno Pontes - Publicado originalmente no jornal burguês Mídia Sem Máscara

Nenhum comentário:

Postar um comentário