Foto: Epitácio Pessoa - Agência Estado
Por William Cardoso:
A Polícia Federal desbaratou uma quadrilha formada por empresários e despachantes aduaneiros que sonegaram cerca de R$ 4 bilhões em impostos durante os últimos quatro anos na importação de produtos têxteis, roupas e aviamentos vindos, principalmente, da China.
A Polícia Federal desbaratou uma quadrilha formada por empresários e despachantes aduaneiros que sonegaram cerca de R$ 4 bilhões em impostos durante os últimos quatro anos na importação de produtos têxteis, roupas e aviamentos vindos, principalmente, da China.
Até esta terça, 15 integrantes foram presos preventivamente e outros dois permaneciam foragidos. Foram indiciadas ao todo 73 pessoas.
As mercadorias chegavam ao Brasil pelos portos de Santos, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde eram subfaturadas para ser cobrado menos imposto. Em seguida, eram repassadas a distribuidores, que as revendiam a varejistas com o valor real declarado em nota fiscal. Os distribuidores funcionavam como laranjas e não recolhiam o imposto.
“A diferença de valor entre o produto pago e o que era declarado ou entre o pago e o que não era recolhido em tributo era mandada para o exterior por meio de dólar câmbio, evasão de divisas ou em cash. Essa era a base da operação”, diz o delegado da PF José Edilson de Souza Freitas, responsável pela investigação, que durou cerca de um ano e meio.
A PF identificou 40 empresas laranjas em sete Estados e também no Distrito Federal. Elas nem chegavam a receber os produtos e apenas emitiam as notas. Os produtos eram vendidos ao consumidor final em zonas de comércio popular, como Brás, Pari e a região da Rua 25 de Março.
Durante a ação, foram apreendidos R$ 500 milhões em dinheiro, outros R$ 1,5 milhão em cheques, imóveis, carros, barcos, motocicletas e até armamentos, como carabinas calibre 12. Em um galpão no Brás, ficarão sob análise da PF e da Receita Federal (parceira na operação) mercadorias suficientes para lotar cem carretas. Participaram da ação 338 policiais federais e 122 auditores fiscais da Receita Federal.
O superintendente adjunto da Receita em São Paulo, Marcos Fernandes Prado de Siqueira, diz que é difícil flagrar a irregularidade diretamente nos portos. “Em lugar nenhum do mundo se consegue analisar todas as importações.”
A operação deflagrada ontem pela PF foi batizada de Pomar por envolver um grande número de “laranjas” – pessoas que emprestam o nome com ou sem o consentimento para que outro pratique ilegalidades.
A operação deflagrada ontem pela PF foi batizada de Pomar por envolver um grande número de “laranjas” – pessoas que emprestam o nome com ou sem o consentimento para que outro pratique ilegalidades.
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