sexta-feira, 22 de abril de 2011

OXI - UM ALERTA

No Blog do Dr. Marco Sobreira:
Um novo e devastador perigo ameaça nossos jovens, principalmente os de menor poder aquisitivo, refiro-me ao OXI ou OXIDATO como é conhecido entre os seus usuários. Imaginem uma droga pior que o crack, barata, com poder de viciar instantaneamente e com repercussões orgânicas ainda não estudada o suficiente para se avaliar o tamanho e a velocidade dos danos ao organismo de seus consumidores?
O crack é produzido ao se adicionar bicarbonato e amoníaco ao cloridrato de cocaína, já o oxi é fabricado através da adição de querosene e cal virgem à cocaína. Estudada inicialmente nas cidades acreanas, onde o refugo da cocaína, conhecida como “tia”ou “mescla” era misturada até com solução de bateria, tudo dependendo do que o traficante tinha às mãos.
Brasiléia ou Epitaciolândia são cidades pobres, onde os habitantes moram em casas de madeira sobre palafitas, são amplamente conhecidas por qualquer um que estude o tráfico de drogas oriundos da Bolívia, sua proximidade com a cidade de Cobija. O rio que separa as duas cidades é alagadiço, enche no período de chuvas e fica tão raso na seca que pode ser atravessado a pé, facilitando o tráfico.
Vendido em pedras, que podem ser mais amareladas ou bem esbranquiçadas dependendo da quantidade de querosene ou cal virgem adicionados, o grande apelo do OXI é justamente o seu preço, enquanto a “mescla” custa de 5 a 10 reais por trouxinha que serve para três cigarros, o OXI é vendido de 2 a 5 reais por 5 pedras. É uma droga popular.
A pedra é consumida em latinhas com furos, como o crack, o que torna a fumaça mais pura e seu efeito ainda mais forte, também é consumida misturada ao cigarro ou à maconha e em pó, aspirado. Seja como for, o consumo é sempre acompanhado de bebida, cachaça, cerveja ou coisa pior, há relatos de uso com álcool etílico na falta ou impossibilidade de se adquirir outras bebidas.
O uso do álcool é quase indispensável, por causa de uma das características do OXI, a “fissura”. No começo seu usuário sente uma sensação de euforia, de ânimo, depois vem o medo, a mania de perseguição, a paranóia. A droga só dá “barato” enquanto é consumida e cada pedra dura cerca de 15 minutos , para perpetuar o barato , o uso do álcool serve de alívio entre uma pipada e outra, num ritual que geralmente dura em torno de seis horas, preferencialmente à noite.
Para conseguir mais drogas e calar a “fissura”, os usuários em sua grande maioria sem poder aquisitivo e desempregados, praticam pequenos roubos ou se prostituem aumentando o risco de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a AIDS entre eles, que começam a atividade sexual geralmente entre os 9 e 14 anos.
Pelo pouco que se sabe ainda, os efeitos no organismo se traduzem por danos ao sistema nervoso, levam à paranóia e ao medo constante, mas vai além disso, emagrecimento rápido, cor amarelada, problemas estomacais, no fígado, vomitam e têm diarréia freqüentemente, há inclusive relatos de que quando pipam a pedrinha, caem, vomitam, defecam e têm o “barato” entre fezes e vômitos até se levantarem e piparem novamente.
Um dado alarmante, é que aproximadamente 30% dos usuários morrem em um ano, seja pela efeito da droga ou assassinados pelos pequenos furtos ou dívidas com os traficantes, sua paranóia e medo de tudo, os impede de procurar ajuda, se isolando cada vez mais agravando o quadro deste novo perigo que ronda nossa juventude.
Marcados, discriminados pela policia e até mesmo pelos agentes de saúde, os consumidores do OXI são relegados à condição de escória humana, se hoje nos chocamos com as cracolândias, podemos nos preparar para algo muito pior que está vindo por aí. Ou o Governo encara o combate às drogas como prioridade e providencia assistência médica, psicológica, clinicas de tratamento, ou grande parte de nossa juventude, prioritariamente as de maior risco social, estará irremediavelmente condenada. "NÃO PODEMOS PERMITIR"

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